Nenhum hospital consegue operar sem bons equipamentos. Uma gestão adequada deve se preocupar com a manutenção de equipamentos hospitalares, garantindo o funcionamento perfeito, facilitando o trabalho dos médicos e enfermeiros, além de oferecer um bom atendimento aos pacientes.
Mas você sabe exatamente quais preceitos essas manutenções devem seguir? E a periodicidade? Tire todas as suas dúvidas agora.
Qual a importância da manutenção de equipamentos hospitalares?
Embora a manutenção dos equipamentos médico-hospitalares seja extremamente importante, essa ainda não é a realidade da maioria dos hospitais brasileiros.
No Distrito Federal, por exemplo, uma pesquisa do SindSaúde revelou que 80% dos equipamentos médicos não passam por manutenções periódicas. Esse é um risco enorme que pode tanto trazer prejuízos aos profissionais de saúde quanto aos pacientes e à saúde financeira do hospital.
Veja alguns benefícios de incluir a manutenção no seu calendário.
Redução de custos
Grande parte dos equipamentos médicos são caros e usam tecnologia de ponta. Isso significa que, ao realizar manutenções periódicas, você não terá de lidar com quebras, trocas de peças e paralisações de serviços.
Também não precisará arcar com os custos indiretos dessas máquinas faltosas, como elevação nas contas de energia, desvalorização do equipamento danificado no mercado, remanejamento das agendas etc.
Logo, para as contas do hospital, é muito mais vantajoso financeiramente programar manutenções periódicas e preventivas do que apenas lembrar da situação quando os equipamentos começarem a dar problema.
Aumento da segurança
Se os equipamentos passam por inspeções periódicas, as chances de eles estarem calibrados e de funcionarem de acordo com os padrões de qualidade exigidos são maiores. Isso significa mais segurança para os profissionais desempenharem seus serviços e também para os pacientes, que terão a garantia de um laudo adequado, de qualidade e correto.
Aumento da vida útil
A vida útil dos equipamentos é uma informação extremamente importante para o gestor quando ele ainda está planejando a compra desses itens. Afinal, é essencial saber por quanto tempo ele terá retorno sobre aquele investimento.
Mas, se as manutenções não são feitas da forma e nem no tempo programado, o equipamento poderá render menos do que o esperado, gerar custos e até parar de funcionar antes do previsto, exigindo uma compra nova fora do período programado e, claro, gerando um aumento desnecessário nas demandas financeiras do hospital.
Quais os tipos de manutenção e suas diferenças?
Existem basicamente dois tipos de manutenções que podem ser realizadas: a preventiva e a corretiva. Conheça mais sobre cada uma delas.
Manutenção preventiva
É aquela que deve ser realizada antes de surgirem as falhas, objetivando prolongar a vida útil do equipamento. Geralmente, ela é feita por meio de um roteiro produzido pelo setor de engenharia do hospital com a relação de todas as peças dos aparelhos, de modo a avaliar a produtividade, a segurança e o desempenho.
Manutenção corretiva
Acontece quando o equipamento já apresentou alguma falha devido à utilização inadequada ou sobrecarga. Assim, são realizadas ações para corrigir a falha já instalada.
Quais as dicas mais importantes para organizar um programa de manutenção preventiva?
A manutenção preventiva é a mais indicada para quem quer garantir o bem-estar dos pacientes, a acuidade dos equipamentos e a redução de custos. Mas é também a que costuma gerar mais dúvidas nos gestores. Por isso, separamos algumas dicas importantes sobre ela. Veja abaixo!
Priorização dos equipamentos
Para implementar uma metodologia de priorização dos equipamentos, é importante levar em consideração as informações que seguem:
• identificação do equipamento;
• setor ao qual pertence;
• estado do equipamento;
• grau de utilização;
• obsolescência tecnológica.
A partir de então, é possível priorizar os equipamentos por meio de alguns critérios, como:
• risco: priorizar aqueles que apresentam risco alto à vida dos pacientes ou aos operadores caso falhem;
• importância estratégica: equipamentos cuja paralisação ocasiona receita cessante ou os equipamentos reservas têm alto grau de utilização;
• recomendação: equipamentos sujeitos às normas de fiscalização ou às recomendações dos fabricantes.
Elaboração de roteiro
Muitos hospitais sofrem com a falta de indicações dos fabricantes sobre o que inspecionar nas manutenções. Para criar roteiros, citamos alguns procedimentos de fácil compreensão, mas bastante importantes, que são:
• inspeção geral: inspeção visual e limpeza do equipamento;
• troca de peças e acessórios com a vida útil vencida: instruções presentes nos manuais dos equipamentos;
• lubrificação geral: descrição dos lubrificantes, periodicidade, locais de aplicação e ferramentas usadas também se encontram nos manuais;
• aferição e calibração: incluir no roteiro dados sobre como e onde fazer a leitura, e verificar indicadores e níveis, quando for necessário;
• testes de desempenho de segurança: explicar a execução dessa tarefa por meio da leitura e verificação dos níveis de líquidos lubrificantes e indicadores em geral.
Além desses itens, sempre considere as recomendações dos fabricantes e as normas governamentais. Também é importante observar os históricos de manutenção corretiva, de modo a identificar as falhas mais frequentes e, assim, criar procedimentos específicos para reduzir a ocorrência desses problemas.
É possível também dividir as manutenções em duas categorias:
1. Abrangentes: realiza-se uma avaliação geral do desempenho e da segurança dos equipamentos, o que pode ser feito todos os anos;
2. Específicas: verificação e troca dos itens que se degradam entre as inspeções abrangentes, e devem seguir às normas de funcionamento ou recomendações dos fabricantes.
Periodicidade
Essa é uma das tarefas mais complexas de qualquer programa de manutenção e não existe uma fórmula única capaz de resolver todas as questões. A sugestão mais usada é estabelecer a periodicidade de acordo com a frequência das falhas que as manutenções periódicas tentam evitar. Para isso, vale considerar:
• as condições de operação dos equipamentos, como o risco em caso de falha e a probabilidade de falhas devido às condições inseguras de utilização;
• a facilidade de se realizar a manutenção preventiva;
• a frequência de utilização do equipamento;
• a experiência do pessoal clínico e técnico.
Normalmente, uma boa frequência de manutenção é aquela em que menos de 5% dos equipamentos incluídos nos programas de manutenção preventiva apresentam falhas ou necessitam de conserto entre as manutenções.
A manutenção de equipamentos hospitalares é um assunto extremamente importante e que deve sempre ser considerado para garantir a boa gestão dos recursos, a segurança dos trabalhadores e, claro, a qualidade do atendimento aos pacientes.